Trata-se
de próteses dentárias destinadas ao uso durante um curto espaço de tempo (
período em média de 1 a 12 semanas ) , como parte do tratamento protético mais
amplo.
Estas peças são conhecidas como próteses parciais
provisórias , próteses removíveis provisórias , próteses parciais imediatas
provisórias , próteses de treinamento , próteses removíveis temporárias ou de
transição a próteses parciais removíveis terapêuticas.
FINALIDADES
As PPRs provisórias são geralmente utilizadas para uma ou
mais das seguintes finalidades:
Para manter espaço;
Para restabelecer a oclusão;
Para restabelecer a dimensão vertical de oclusão (DVO)
perdida;
Para substituir dentes anteriores visíveis enquanto os
procedimentos para a confecção das próteses definitivas estão sendo executados
em laboratório;
Para ajudar na contenção de dentes em pacientes que estão se
submetendo a tratamento periodontal prévio;
Para condicionamento do paciente para uso de prótese parcial
removível ou prótese total imediata.
CONFECÇÃO
Existem vários métodos de confecção de PPRs provisórias ,
tanto por pulverização quanto por prensagem.
Para exemplificação do modo de confecção , será adotada aqui
a sequência do método mais utilizado em nosso meio e que apresenta menos
distorções.
PROCEDIMENTOS
Pela sequência :
Obter modelo de trabalho em gesso pedra melhorado (por meio
de um molde obtido pelo dentista)
Aliviar as áreas retentivas dentais proximais que impeçam o
futuro assentamento da peça , com gesso ou argila
Reproduzir o modelo de trabalho , utilizando gel para a
duplicação de modelos, e vazar gesso pedra para a obtenção de um outro modelo a
ser utilizado para o ajuste da peça após a prensagem.
Delimitar
a área chapeável:
a) nas
áreas desdentadas , seguir as delimitações para prótese total, conforme os
casos que se apresentam;
b) nas
áreas dentadas , apoiar-se sobre os dentes por lingual ou palatino , até
aproximadamente a divisa entre o terço médio e o terço incisal ou oclusal , sem
interferir nos movimentos excursivos de lateralidade e protusão (principalmente
nos caninos); deve-se , também , invadir as áreas interdentais (ameias).
Fazer a montagem em articulador (seguir o padrão da PPR)
Quando houver necessidade de retenção além da proporcionada
pela área chapeável (principalmente nas arcadas inferiores) , confeccionar os
grampos de retenção: os mais usados são os adaptados , em forma de C, em fio de
0,7mm , simples ou duplo, com sua ponta ativa atuando por vestibular e por
proximnal nas zonas retentivas.
Fixar os grampos (por vestibular) com godiva ou cera
pegajosa.
Confeccionar o plano de cera: utiliza-se cera 7 e segue-se
normalmente o rebordo alveolar, a inclinação e a altura dos dentes
remanescentes. Em caso de extremidades livres , não esquecer de confeccionar
uma curva de compensação.
Fazer a montagem dos dentes artificiais ( seguir os
princípios de montagem em PPR.)
Fazer a ceroplastia gengival.
Executar a inclusão. Na PPR provisória a inclusão deve ser
considerada em todo o seu conjunto, pois apresenta uma série de detalhes a
serem respeitados.
Deve-se Ter um cuidado especial quando a inclusão da peça na
mufla inferior (base da mufla) no que se refere à eliminação de áreas
retentivas na superfície do gesso e do modelo a ser incluído. Se, por
imprudência , tais áreas forem mantidas, corre-se o risco de fratura do gesso
que será vazado posteriormente na contramufla. Isso pode acontecer quando da
abertura da mufla para a eliminação da cera, anterior à prensagem.
OBSERVAÇÃO : Portanto , antes da inclusão na base da mufla o
modelo deve ser preparado, principalmente os dentes remanescentes do modelo de
gesso.
Como regra geral deve-se:
-
recortar a região incisal dos dentes anteriores;
-
recortar a superfície oclusal
-
desgastar a inclinação da face vestibular no sentido
cérvico-incisal/oclusal num ângulo de 45º nos dentes anteriores e posteriores.
Estes
desgastes são realizados com broca fissurada 703 ou, quando possível , no
recortador de gesso. Deve-se tomar cuidado para não danificar os dentes de
acrílico, a ceroplastia , a ceroplastia da peça e os grampos de retenção
(quando estes estão presentes)
OBSERVAÇÃO: quando da presença de grampos de retenção ( que
estarão alojados na região cervical), o desgaste será no sentido médio
incisal/oclusal.
Normalmente, os casos menos trabalhosos são os de
desdentados anteriores ou posteriores , e os mais trabalhosos , os de
desdentados intercalares.
Para se executar a inclusão deve-se Ter à disposição :
-
o modelo preparado
-
mufla nº 6;
-
gesso comum;
-
gesso pedra;
-
cubeta;
-
espátula p/ gesso;
-
isolante (vaselina/Cel-lac);
-
antibolhas;
-
pincel médio fino.
Isolar a mufla nº 6 com vaselina
Preparar e verter gesso comum na metade inferior da mufla
Colocar o modelo preparado, pela sua base, sobre o gesso
fluido, incluindo-o parcialmente (deixar sempre aparente a ceroplastia e os
dentes acrílicos )
Colocar gesso comum nos desgastes da face vestibular dos
dentes em gesso preparado.
Alisar a superficie do gesso (parcialmente fluido) dando-lhe
uma inclinação expulsiva para baixo e para fora, deixando a mufla e a
superficie livres de retenções.
Aguardar a presa do gesso e isolar com Cel-lac.
Passar antibolha nos dentes e na ceroplastia (secar)
Fazer “boneca” com gesso-pedra sobre sobre os dentes
acrílicos e a ceroplastia.
Colocar a contramufla e preencher o restante com gesso comum
em excesso, comprimindo o excedente ao fechar a mufla com a tampa.
Aguardar a presa do gesso por 40 minutos.
Fazer
a prensagem.
Para tanto deve-se Ter a disposição:
-
Mufla pronta com o gesso após a presa
-
Broca esférica
-
Isolante Cel-lac
-
Pote de vidro p/ resina
-
Espátula
-
Resina rosa
-
Pincel
-
Plástico ou celofane
Seguir a sequência:
Colocar a mufla em água fervente por 6 minutos;
Abrir a mufla e contra-mufla com cuidado, retirando toda a
cera e lavar em água fervente (ambas);
Furar os dentes acrílicos , com broca esférica, na sua base
para aumentar a retenção com a resina a ser prensada
Isolar a contramufla com Cel-lac, evitando os dentes
acrílicos;
Preparar a resina (observar fases);
Entulhar a resina (fase plástica) nos espaços protéticos;
Colocar celofane úmido ou plástico sobre a resina;
Fechar e prensar lentamente até o fechamento da mufla;
Abrir novamente a mufla, remover o plástico ou celofane e
recortar os excessos de resina;
Isolar a mufla inferior com Cel-lac e esperar secar;
Fechar a mufla numa prensagem final , com parafusos ou
prensa de coção.
Fazer a cocção (seguir os passos da PPR)
Fazer a demuflagem
Fazer os ajustes da PPR provisória no modelo duplicado
anteriormente
Dar acabamento e polimento
Bibliografia
Pound recomenda o uso de PPRs provisórias em pacientes que
irão usar prótese total imediata, à medida que os dentes posteriores vão sendo
extraídos. Chama tal processo de “educação por próteses parciais”: condiciona o
paciente gradativamente ao uso de próteses por meio de um tratamento prévio.
Cohen também utiliza PPRs provisórias , as quais denomina
próteses de treinamento , em pacientes que irão utilizar prótese total imediata
, para evitar o desenvolvimento de hábitos de postura de língua e de fonação
incorretos.
Applegate salientou as vantagens do uso de PPRs provisórias
temporariamente no condicionamento das áreas desdentadas em um futuro
tratamento com PPR de extremo livre ou prótese total , para obtenção de um
suporte mais estável.
É importante, contudo , ressaltar com clareza a distinção
entre estas peças e o tratamento definitivo. Cabe ao dentista alertar o
paciente sobre os propósitos e limitações destas próteses. Em momento algum
deve-se permitir acreditar que elas , apesar da facilidade de confecção e do
custo relativamente baixo que implicam, constituam alternativas viáveis para um
tratamento terapêutico definitivo.
CLASSIFICAÇÃO
Henderson e steffel, classificam as PPRs provisórias em
imediatas, temporárias ou de transição e terapêuticas.
PPRs Provisórias Imediatas
São aquelas que podem substituir um ou mais dentes
anteriores ausentes, ou, ainda, diversos outros anteriores ou posteriores, em
um arco parcialmente desdentado. São confeccionadas geralmente com resina
acrílica , pelo método tanto de pulverização quanto de ceroplastia, prensagem e
acrilização, em acrílicos de rápida ou de lenta polimerização, e sua manutenção
em seu sítio dá-se através de grampos confeccionados com fio ortodôntico
PPRs temporárias ou de transição
São as utilizadas para fornecer ao paciente uma
possibilidade de transição quando é inevitável a perda total dos dentes.
Propiciam uma reconstrução bucal , ainda que temporária, enquanto restar dentes
naturais , quando um tratamento restaurador destes for impraticável e econômica
ou tecnicamente impossível.
PPRs terapêuticas
São indicadas para as seguintes finalidades: restabelecer
uma nova relação oclusal ou nova DVO, condicionar os dentes e os tecidos do
rebordo a fim de que eles possam suportar a PPR definitiva, que será construída
posteriormente; uso como próteses temporárias em extremo livre, sem a
utilização de dentes artificiais, mas com plano em acrílico; tratamento de
pacientes com disfunção temporomandibular.
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